1989 Pilotis
2004 Pilotis
 

No dia 17 de julho de 2005, o campus Gávea da PUC-Rio completará 50 anos. Neste período, a PUC-Rio dedicou este espaço à promoção da excelência no ensino, na pesquisa aplicada e no desenvolvimento científico, buscando sempre contribuir para a formação de profissionais com o perfil de cidadãos críticos e conscientes. Isto foi feito através de uma modernização técnica, metodológica e estrutural constante. A construção de uma sede mais ampla foi planejada para atender à necessidade de expansão, exigida pelo crescimento progressivo da Universidade, até então localizada em instalações anexas ao Colégio Santo Inácio, no bairro de Botafogo. Para este fim, foram adquiridos amplos terrenos na Gávea. Pe. Pedro Belisário Velloso Rebello, S.J., reitor entre 1951 e 1956, promoveu a campanha para a arrecadação de fundos. Em 1955, numa área de cerca de 100 mil metros quadrados, na Rua Marquês de São Vicente, no bairro da Gávea, foi inaugurada solenemente, durante o Congresso Eucarístico Internacional, a nova sede da PUC-Rio. Com o intuito de consolidar este projeto de expansão das novas instalações da Universidade, o novo reitor, Pe. Arthur Afonso, S.J., providenciou uma série de medidas como a inauguração do Instituto de Física, do Centro de Geografia, da Agência de Serviço Social de Família e o Departamento de Assistência Judiciária.
Consolidação e pioneirismo
Este processo prossegue com uma série de ações voltadas para a modernização e o aperfeiçoamento das atividades da PUC-Rio, como a criação do Instituto de Administração e Gerência (IAG) e do Laboratório de Pesquisas Radioquímicas. Em 1960, mais uma vez de maneira pioneira, a PUC-Rio instala o Centro de Processamento de Dados, equipado com o sistema de computação Burroughs 205, o primeiro computador - àquela época chamado de "cérebro eletrônico" - a ser instalado no Brasil e em uma universidade da América Latina. O desenvolvimento da PUC-Rio mantém-se caracterizado pela inovação e pioneirismo, verificados em reformas nos setores de ensino e pesquisa. Alargaram-se então os setores de ensino, regulamentando-se, posteriormente, a pós-graduação e a extensão universitária e consagrando a pesquisa como um objetivo primordial na Universidade. Em 1968, foi instituído um novo modelo de integração de ensino e pesquisa, que posteriormente serviu como referência para universidades de todo o país. Eliminando a instituição do professor catedrático, em 1968, a PUC-Rio afasta-se da concepção do ensino dividido em cátedras, introduzindo o ideal de departamentos, os quais congregariam disciplinas afins e seriam agrupados por setores do saber, em centros. Dentro de uma visão interdisciplinar, as quatro tradicionais unidades acadêmicas da PUC-Rio foram transformadas em 23 departamentos, distribuídos entre os seguintes centros: Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH); Centro de Ciências Sociais (CCS); Centro Técnico Científico (CTC) e Centro de Ciências Biológicas e de Medicina (CCBM).
Superando adversidades
Entre os anos 70 e 80, a PUC-Rio enfrentou dificuldades financeiras, em grande parte devidas à crise econômica enfrentada pelo país. A alta inflação resultou em atrasos dos desembolsos por parte das agências governamentais de apoio à pós-graduação e pesquisa. Com isto, os investimentos na estrutura física da Universidade diminuem dramaticamente. Mas o trabalho resoluto dos seus dirigentes, corpo docente e administrativo viabilizou a superação desses problemas, possibilitando a adaptação da instituição às novas exigências do contexto de mudanças que envolviam a sociedade brasileira. Esses obstáculos não impediram que a PUC-Rio permanecesse sendo reconhecida, nacional e internacionalmente, como uma Universidade que se diferencia tanto pela qualidade do seu ensino, como também pelo alto nível da sua produção acadêmica, de pesquisas, e pelo desenvolvimento científico. Seguindo os critérios de excelência acadêmica e relevância social do seu modelo institucional, em 1973, a PUC¬-Rio contava com mais de 10.000 matrículas. No final dos anos 80 a maioria dos departamentos da PUC já oferecia programas de Mestrado e Doutorado.
Ajuste, expansão e reconhecimento
As dificuldades não cessam com a chegada dos anos noventa. 0 apoio governamental para os programas de pós-graduação e pesquisa na área técnico-¬científica declina rapidamente, extinguindo-se, praticamente, em 1994. A Universidade começou, então, um processo de ajuste penoso, mas que traria ótimos resultados em poucos anos. No fim da década, a performance da PUC-Rio foi avaliada pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior), nos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) do país, em segundo lugar entre todas as universidades brasileiras, atrás apenas de uma universidade federal. Em março de 1995, assume o décimo Reitor, Pe. Jesus Hortal Sanchez, S.J.. Na opinião do Reitor, o Campus da Gávea "significou a expansão definitiva da PUC". Padre Jesus Hortal destacou dois acontecimentos marcantes nestes 50 anos: a implantação da pós-graduação, a partir de 1968, e a construção da Igreja Sagrada Coração de Jesus, em 2004. Atualmente a Universidade possui 113 salas, 2 auditórios com sistema informatizado de apresentações e diversos laboratórios muito bem equipados. Tem 10.400 alunas de graduação, 1.500 em cursos de mestrado e doutorado, além de mais de 4.000 matrículas par ano em pós-graduação lato-sensu. Distribuído em 23 departamentos, seu quadro de funcionários conta com mais de 1.000 professores, 20 auxiliares de ensino e pesquisa e mais de 800 entre pessoal administrativo, técnico e operacional. Com a necessidade de espaço físico para atender às demandas acadêmicas, a PUC-Rio elaborou um Plano Diretor para o campus, que permitiu a avaliação do potencial da área a construir, de acordo com as posturas municipais da cidade do Rio de Janeiro e aquelas determinadas pelo Instituto de Patrimônio Histórica e Artístico Nacional (IPHAN), em face da existência no campus do Solar Grandjean de Montigny, patrimônio tombado. Desde a aprovação e formalização do Plano Diretor perante os poderes públicos, já foram executadas as seguintes obras: reforma do Campus da Imaculada; reforma e adequação do Edifício Padre Leonel Franca; construção do Espaço Cultural-Esportivo; construção da Igreja Sagrado Coração de Jesus. Está em fase final a construção do Centro de Desenvolvimento Gerencial (CDG), vinculado ao Instituto de Administração e Gerência (IAG).
Meio Ambiente
0 campus da PUC-Rio, expressão da engenharia e da arquitetura realizadas com responsabilidade social, visa à funcionalidade de um ambiente universitário que favoreça a integração interdisciplinar entre os departamentos e unidades. O fácil acesso às suas dependências, a amplitude e claridade das suas salas, a paisagem vista das suas janelas e os generosos e verdes espaços do bosque que circundam todas as suas construções configuram um ambiente saudável, que estimula a reflexão e o exercício intelectual no debate de idéias, questionamentos analíticos e investigações científicas. A integração da exuberante e densa vegetação tropical com as construções que compõem o campus da PUC-Rio reflete o respeito à natureza, como um dos princípios éticos de uma instituição que prima pela busca do bem comum, em uma sociedade mais justa e equilibrada. Neste cenário de harmonia entre o meio ambiente e a ação humana, construiu-se um espaço para o desenvolvimento do saber, fruto do estudo, do pensamento crítico e da pesquisa.

Entrevista com Padre Pedro Guimarães Ferreira
(Brisa Albuquerque/julho-05)


Pilh@

PUC-RIO